quinta-feira, 17 de abril de 2008

Psicanálise e Criança

O Núcleo de Pesquisa e Investigação Clínica da Psicanálise com crianças, ao mesmo tempo em que vem estruturando-se como núcleo, vem também funcionando a todo vapor. São entusiasmadas as discussões que surgem em relação ao seminário 4 de Lacan – “A Relação de Objeto”, seminário fundamental para pensar não somente sobre o “Pequeno Hans” de Freud, primeira investigação psicanalítica de uma criança, como também para fazer um contraponto entre a clínica psicanalítica infantil e as manifestações sintomáticas que se apresentam nos tempos de hoje.
Da criança como sintoma que representa a verdade do casal familiar à criança como objeto, “precioso ou aviltado”, representando as formas de gozo dos pais, da escola e até mesmo do discurso médico-científico, tudo isso não pode ser trabalhado no núcleo sem percorrer as sutilezas conceituais que Lacan vai pontuando nesse seminário. Os caminhos que ele vai traçando revelam o seu rigor em demarcar para os psicanalistas um lugar de onde possam escutar estes sujeitos-crianças, sujeitos do inconsciente, lugar que não passa nem pela autoridade da palavra paterna nem pelo ímpeto educativo.
O núcleo vem também se preparando para colocar em debate, no Colóquio de junho suas elaborações, produções e interrogantes acerca de uma questão primordial: do que sofrem as crianças na lógica contemporânea? O Colóquio, que terá como título “Ser criança: inibições sintomas e angústias na contemporaneidade”, acontecerá nos dias 6 e 7 de junho e contará com a participação de Maria do Rosário C. Barros, psicanalista da EBP e membro da AMP, que fará um conferência abordando a clínica do autismo e também com os trabalhos de Cássia R. Guardado, psicanalista da EBP e membro da AMP e Márcia Stival, psicanalista correspondente da Delegação Paraná.


Eneida Medeiros Santos – Coordenadora do Núcleo de Pesquisa e Investigação Clínica da Psicanálise com Crianças.

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