Realizou-se em Buenos Aires, de segunda-feira 21 à quinta-feira 24 de abril, o VI Congresso da Associação Mundial de Psicanálise: “Os objetos a na experiência psicanalítica”. Na sexta-feira 25 realizou-se a Assembléia da AMP.Ambos os eventos transcorreram em um clima de trabalho que incentivou o intercâmbio de idéias e de experiências de psicanalistas inseridos em realidades tão diversas e que fez do Congresso e da Assembléia espaços que deixaram transparecer a vivacidade palpitante da psicanálise da Orientação Lacaniana.Em um momento da civilização em que a oferta de gozo se tornou infinita, cabe à psicanálise oferecer “eventos” de discurso capazes de civilizar o gozo, isto é, articulá-lo em um laço social. Perante o declínio na crença no inconsciente, que é o declínio da crença na suposição de saber, o encontro com um analista pode produzir efeitos. Os exemplos desta operação de amarração, própria da psicanálise aplicada, foram numerosos. Muito deste exemplos, surgidos do trabalho realizado nos CPCTs em funcionamento em diferentes países, constituíram a prova do bom uso que se pode fazer de um psicanalista na época do Outro que não existe.A política do sintoma, podemos pensar, foi o eixo que orientou o trabalho durante o Congresso, dos depoimentos do passe dos novos AEs às conversações nas diferentes mesas sobre pulsão, transferência, parceiro sintoma e saídas, isto é, o sintoma não como defeito a ser curado mas como aparelho que permite a convivência, um por um, com o gozo. Nesse sentido, é essa política do sintoma a que orienta os analistas a saírem dos seus consultórios para oferecer o discurso analítico pela cidade, uma vez que buscar e encontrar uma analista, hoje, é já uma interpretação na medida em que buscar e encontrar um analista é querer tratar o gozo pela palavra e não pelo consumo. Como a cada Congresso da AMP, nesta ocasião, também foi apresentado o tema do próximo Congresso e a cidade que o acolherá. Assim, na sua conferencia de encerramento, Jacques-Alain Miller, através de um ordenamento temático que ele elaborou sobre os Congressos da AMP já realizados, nos apresentou o tema do próximo Congresso, tema que ele considera como o momento de concluir na terna de temas que começara em Roma, 2006, com o Nome do Pai como semblante, que continuou em Buenos Aires, 2008, com o Objeto a como semblante e que concluirá em Paris, 2010, com o tema “Semblantes e Sintoma”.Finalmente cabe destacar o impecável trabalho de organização e acolhimento dos colegas da EOL.
Oscar Reymundo - Diretor Geral EBP-SC (em-formação)
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