segunda-feira, 20 de junho de 2011

Notícias do Ateliê de leitura do Seminário 5

Nosso ateliê começou neste semestre a percorrer a via do significante aberta por Lacan desde seus seminários anteriores. Esta via, que ele dá como iniciada já no seu primeiro seminário, “Os escritos técnicos de Freud”, abre-se no seminário 5 com a retomada por Lacan do famoso chiste freudiano “familionário”, que ele designa como “tirada espirituosa”.

A importância deste seminário é porque marca o momento de seu ensino em que o simbólico tem a sua deferência máxima, momento em que a palavra tem o dom de apaziguar o real ao tentar nomeá-lo. Ainda não existe aqui o objeto a, o objeto não existe a não ser metonímico, sendo então o objeto do desejo o objeto do desejo do Outro, e o desejo sempre desejo de outra coisa, no sentido de que o objeto é sempre objeto perdido.

A estrutura da linguagem, com suas leis de funcionamento, quais sejam, a metáfora e a metonímia, é análoga à estrutura do inconsciente, que se manifesta através dos mecanismos de condensação e deslocamento. O significante tem como característica a composição em cadeias articuladas, formadas por uma série de anéis que por sua vez se atam uns aos outros e prendem-se a outras cadeias em forma de anéis formando outras cadeias. A formação dessas cadeias articula o significante em duas dimensões de discurso: combinação e substituição.

O sentido é sempre o efeito do deslizamento das duas cadeias do discurso do sujeito – a cadeia do discurso e a cadeia do significante, uma sob a outra, reciprocamente, até que um significante, que tem para o sujeito o valor de significante-mestre, detenha esse deslizamento provocando então o efeito de significação sempre a posteriori. 

Para o próximo semestre continuaremos a leitura minuciosa do seminário. Convido a quem quiser participar do ateliê que entre em contato com Marise Pinto, pelo endereço eletrônico: marise.pp@ig.com.br ou pelo celular: 99773706.

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