Há duas vertentes que se articulam na abordagem do conceito de “Delírio Generalizado”. A primeira que situa este conceito como um efeito dos tempos de fragilização e da queda do Nome-do-Pai. A segunda que o considera como um dado de estrutura, a foraclusão generalizada, que independe da época.
A articulação, na cultura, de ambas as vertentes tem como efeito o surgimento de novos fenômenos, assim chamados de “novos sintomas’ no Campo Freudiano, que são traços de caráter assintomáticos, que se destacam pela recusa ao insconsciente e por serem refratários ao discurso psicanalítico. Sintomatizar estes novos fenômenos constitui um desafio atual da prática analítica, desafio que se conjuga no que chamamos de “Clínica do Delírio Generalizado”, uma vez que a própria oferta psicanalítica tem sido afetada por estes fenômenos que nos levam a repensar o uso que o analista faz dos semblantes nestes tempos que correm: um uso livre da nostalgia do Nome-do-Pai.
Neste sentido, a orientação da sintomatização dos “novos sintomas” nos permite articular os dois momentos do ensino de Lacan: a clínica baseada nas estruturas (neurose, perversão e psicose) e a clínica borromeana, isto é, nos permite articular o conceito clássico de sintoma com a nova concepção na que se destaca o conceito de sinthoma enquanto modo de gozo que possibilita uma forma singular de amarração do sujeito ao laço social.
Oscar Reymundo - Psicanalista (EBP/AMP)
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