A tensão que se inicia com a volta às aulas é gerada no embate que se estabelece entre professor e alunos de uma escola de periferia de Paris, filhos de imigrantes das colônias francesas que reivindicam seu lugar na Pátria colonizadora. Embora sejam franceses não são vistos como tal pelos franceses, e eles mesmos não se sentem franceses verdadeiramente.
Por um lado os alunos não acreditam na boa intenção do professor que se esforça em fazê-los superar as desvantagens que ele mesmo credita a seus alunos. Por outro, os alunos criticam e desvalorizam a linguagem ensinada nas aulas de francês como sendo coisa de “Branco azedo” pedante, que não está em consonância com a realidade deles.
O imaginário liberado, que o professor tenta controlar com a palavra, provoca uma ruptura na delicada tessitura tramada pelo simbólico. Duas alunas são o estopim do desencadeamento de vários equívocos que chegam à situação extrema que terá como conseqüência a expulsão de um aluno da escola e talvez do seu retorno ao país de origem.
O final do filme desvela o fracasso da boa intenção do professor e o êxito do gozo não acolhido pela escola, quando a aluna confia ao professor a sua mais íntima verdade: “Eu, eu não aprendi nada”.
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