sábado, 20 de setembro de 2008

Imagens da Jornada

Fotografia de Patrícia Boeing Nogueira

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Sobre a jornada

Mais uma vez a EBP-SC promoveu um evento que somou o prazer do encontro e do convívio social com a profundidade e o compromisso com a psicanálise. As falas de abertura de Oscar, Iordan e Maurício Tarrab prenunciaram o que se seguiu: a riqueza das contribuições no estilo de cada um, o bom humor e a dose certa de leveza na abordagem das questões em debate. Foi uma Jornada densa, consistente, instigante, mas nada pesada. Parabéns e agradecimentos a todos que trabalharam para que acontecesse.

A nossa Arteira nasceu afinada com esse jeito de fazer (com) as coisas. Parabéns à Soraya por batizá-la, parabéns à comissão que escolheu o nome, aos autores que contribuíram com seus textos, e, sobretudo, parabéns e agradecimentos a Liège, que trabalhou muito para que essa "criança" nascesse, e já "falando" muito bem. Temos mesmo o que comemorar!

Louise Lhullier - Psicanalista, Correspondente da EBP-SC

quarta-feira, 10 de setembro de 2008



Programação da III Jornada da Seção Santa Catariana (e.f.): "Felicidade pronta-entrega: felizes a qualquer preço?"

“Dizemos para nós mesmos que as pessoas felizes devem estar em alguma parte. Pois bem, se vocês não tiram isso da cabeça é que não compreenderam nada da psicanálise”. (Jacques Lacan, Seminário Livro 3, aula de 11-01-1956).

Sexta-feira 12 de setembro

19:00 Credenciamento
19:30 Abertura: Iordan Gurgel, Presidente da EBP
Oscar Reymundo, Diretor Geral da EBP-SC
20:00 I parte Seminário Internacional: "Felicidade. Qual felicidade?" por Mauricio Tarrab (AE, EOL e AMP).
21:30 Lançamento de Arteira – Revista de Psicanálise da EBP-SC
Coquetel

Sábado 13 de setembro

09:30-11:00 Mesa redonda: Felicidade e laço social. É possível ser feliz sozinho?
É impossível ser feliz sozinho – Vanessa Nahas
A arte kitsch e a felicidade – Silvia E. Espósito
Saúde mental, medicamentos e felicidade: olhares antropológicos – Sônia Maluf
Coordenação: Liège Goulart
11:15-12:45 Mesa redonda: Usos da medicação e função da fala nos estados depressivos.
Não fique triste! Não se zangue! – Laureci Nunes
Uma análise epistemológica do diagnóstico de depressão – Sandra Caponi
A mulher fora da feliz cidade? – Jussara J. S. da Rosa
O psiquiatra e os antidepressivos – Mauro Gomes
Coordenação: Nora Gonçalves

Almoço

15:00-16:30 Mesa redonda: O imperativo da felicidade nos sintomas contemporâneos.
O lugar do analista frente ao gozo superegoico feminino – Denise Wendhausen
A mulher contemporânea e o imperativo da felicidade – Cleudes M. Slongo
O Absolutismo da demanda – Luis Francisco E. Camargo
Coordenação: Eneida Medeiros
16:45-18:15 Mesa redonda: Da miséria neurótica à infelicidade comum.
Quem ousa erra – Cinthia Busato
Felicidade - um ideal equivocado – Ana Lúcia Magela
Feliz fora da linha – Oscar Reymundo
Coordenação: Teresa Wendhausen
18:30-20:00 II parte Seminário Internacional.
20:00 Encerramento.
Festa de encerramento no Café dos Araças – Lagoa da Conceição

Valor das inscrições:

Profissionais: R$ 120,00 até 08 de setembro - após R$ 140,00
Estudante: R$ 50,00 até 08 de setembro - após R$ 60,00


Comissões de organização da Jornada:

Comissão Científica
Oscar Reymundo (coordenador)
Laureci Nunes
Vanessa Nahas
Silvia E. Espósito
Liège Goulart
Maria Teresa Wendhausen
Cleudes Maria Slongo

Comissão de Divulgação
Laureci Nunes e Vanessa Nahas (co-responsáveis)
Bruna Meller Soares
Luis Francisco Espíndola Camargo
Patrícia Boeing Nogueira
Gresiela Nunes da Rosa
Mariana Zélis
Valmi Lavratti
Luiz Carlos Silva

Comissão de Acolhimento
Soraya Santos Valerim (coordenadora)
Nara Lucia Larroyd Bittencourt

Livraria
Silvia Emilia Espósito (coordenadora)
Armi Maria Cardoso

Tesouraria
Maria Teresa Wendhausen

Secretaria
Cleci Mendonça


Entrevista sobre a felicidade



Gresiela Nunes da Rosa, psicanalista, correspondente da EBP-SC (em formação), concede entrevista à Sibele Cristina no Programa Mais Mulher da TV Unisul sobre o tema felicidade, fazendo divulgação da IIIª Jornada da EBP-SC, Felicidade pronta entrega: felizes a qualquer preço?


Confira as imagens:





http://br.youtube.com/watch?v=IrD3rXI1ud0

http://br.youtube.com/watch?v=2hIB5DfeO-M

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Felicidade pronta-entrega: felizes a qualquer preço?


“A procura da felicidade” é um drama lançado em 2006 que retrata um “sonho americano”, no qual o trabalho duro supera os obstáculos rumo ao sucesso. O filme narra parte da história de Chris Gardner, personagem interpretado por Will Smith. O pequeno extrato da história de Gardner e o modo pelo qual o roteiro coloca em suspenso um ideal do personagem propiciam o efeito dramático. A admissão de Gardner em um emprego de corretor de ações produz o efeito de que “valeu a pena o sacrifício”, indica o paraíso de uma carreira cheia de sucessos profissionais e recheada com um milhão de dólares. A produção da descarga de afeto ao final do filme, tanto do personagem como do espectador, é um efeito subtraído do encontro de toda variedade de sofrimentos de Gardner, oriundos de seus relacionamentos, com a cena ulterior em que realiza seu desejo: concluir o estágio de seis meses e obter o primeiro lugar à vaga do emprego. Vale destacar alguns dos obstáculos entre ser o nada e o ideal: a esposa que o abandona, o filho para criar, a falta de dinheiro e de um lugar para dormir. Trata-se de um roteiro básico, mas que apresenta uma velha noção sobre felicidade. Na verdade, o filme é desenvolvido em torno da seguinte questão: por que Thomas Jefferson, na Declaração da Independência dos EUA, escreve que entre os direitos inalienáveis da vida e da liberdade está também o da procura da felicidade? Como assinalou Jacques Lacan (1901-1981), a partir de Louis de Saint-Just (1767-1794), revolucionário francês e autor de l'Esprit de la Révolution et de la Constitution de France (1791), a felicidade tornou-se assunto de ação política e o governo passou a ser defensor da felicidade geral. Atualmente, uma das formas de pôr em prática essa ação consiste nas políticas higienistas de saúde pública em torno da depressão, através da medicamentação, à pronta entrega. Estamos perdendo o direito de ficar tristes, de chorar uma perda, de realizar um luto. A procura da felicidade passou de direito para dever do cidadão. Trata-se de ser feliz a qualquer preço.
No filme, as cenas são nomeadas pelo próprio personagem: “andando de ônibus”, “fazendo papel de idiota”, “abandonado pela esposa”, “correndo atrás do prejuízo”, “sem lugar para morar”, entre outras. Todas são uns perrengues. Na última cena, a do Juízo Final, Gardner recebe a notícia de que foi o escolhido para a única vaga e algo se realiza através da sua fala: “esta pequena parte da minha vida chama-se felicidade”.
Por mais melodramático que se possa qualificar o filme, a noção de felicidade na qual o roteiro se debruça aproxima-se da descrição que Freud dá em seu livro O mal-estar na civilização (1930). Para Freud, a felicidade é um contraste entre o desprazer e o prazer, entre o sofrimento e a satisfação de uma necessidade. A felicidade é um efeito da satisfação de uma necessidade represada em alto grau, que por natureza é sempre uma manifestação episódica. Por conseguinte, a felicidade é um momento em nossas vidas, uma cena na história narrada da qual somos o personagem principal. Apesar de não existir a felicidade absoluta, não significa que devemos desistir de procurá-la nos contrastes da vida: “o designo de ser feliz, que nos impõe o princípio do prazer, é irrealizável, mas não se deve abandonar os esforços de aproximar-se de qualquer modo à sua realização” (Freud).
Essa procura está diretamente relacionada ao que em psicanálise denomina-se princípio do prazer, princípio dominante do aparelho psíquico e que geralmente está em desacordo com o programa da civilização. Como podemos observar no filme, toda a cidade de São Francisco parece conspirar contra o programa de Gardner. De um lado temos a realidade, os obstáculos; do outro temos o sonho, o ideal perseguido. Do princípio do prazer se extrai o princípio de realidade a partir do confronto com três fontes de ameaças de sofrimento: nosso próprio corpo, condenado a decadência; o mundo externo, que se volta contra nós com forças de destruição esmagadoras; e nossos relacionamentos com outros homens. Nesse sentido, é a realidade, a ameaça de sofrimento, que regula o prazer. Ora, mas o que a felicidade tem a ver com a realidade? Tem a ver com o fato de que um homem pode sentir-se feliz simplesmente por ter escapado ou sobrevivido a uma dessas três fontes de sofrimento. Os modos de evitação do sofrimento, paradoxalmente, implicam uma posição covarde perante o desejo.
“Felicidade pronta-entrega: felizes a qualquer preço?” é o título da III Jornada da Seção Santa Catarina da Escola Brasileira de Psicanálise, que ocorrerá nos dias 12 e 13 de setembro no auditório da FECOMÉRCIO, localizado em Florianópolis. Nesse evento, teremos a realização de um Seminário Internacional proferido pelo psicanalista Maurício Tarrab, membro da Associação Mundial de Psicanálise (AMP) e mais quatro mesas em que serão apresentados trabalhos de psicanalistas, psicólogos e outros profissionais da saúde. A primeira mesa, “Felicidade e laço social. É possível ser feliz sozinho?”, privilegia a discussão em torno da relação do sujeito com seus pares, uma das fontes de ameaça de sofrimento. A segunda mesa, “Uso da medicação e função da fala nos estados depressivos”, coloca em debate a medicamentação da tristeza e as políticas públicas de higienização, já que a felicidade é assunto de política. A terceira mesa, “O imperativo da felicidade nos sintomas contemporâneos”, enfatiza a torção entre o direito e o dever, bem com a inserção do sujeito no social, que se dá por modos específicos da relação com o outro. A última mesa, “Da miséria neurótica à infelicidade comum”, coloca em discussão a orientação e a direção do tratamento psicanalítico nos tempos do imperativo de felicidade.
O convite à participação no evento se estende a toda comunidade de Florianópolis interessada no tema. Para maiores detalhes (inscrição, programa, local, horário, etc.), deve-se realizar contato com a secretaria da EBP-SC através do telefone (48) 3222-2962, e-mail ebpsc@newsite.com.br ou site www.ebpsc.com.br.


* Este texto foi publicado com algumas alterações no Diário Catarinense, em 06/09/2008, no Caderno de Cultura.

Luis Francisco Espíndola Camargo (Psicanalista, Psicólogo e Músico. Doutorando em Psicologia pelo PPGP/UFSC e Correspondente da Seção Santa Catarina da Escola Brasileira de Psicanálise. E-mail: lfe.camargo@gmail.com)

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Notícias da III Jornada: Felicidade pronta-entrega: felizes a qualquer preço?

Nesta quinta-feira, dia quatro de setembro, a psicanalista Soraya Valerim estará no programa Notícia na Tarde, da rádio CBN Diário, exibido também pela TVCOM. Soraya falará sobre a atividade Psicanálise Vai ao Cinema, que promove mais uma sessão na próxima sexta, exibindo o filme Felizes Juntos, do cineasta chinês Wong Kar-wai (o mesmo de Amor à flor da pele). É uma oportunidade de divulgar os eventos da EBP abertos à comunidade. As entrevistas do Notícia na Tarde começam às 14h50.

E no próximo sábado, o Diário Catarinense publicará, no Caderno de Cultura, artigo escrito pelo psicanalista Luís Francisco Espíndola Camargo, que se dispôs a colaborar com a divulgação da III Jornada da Escola Brasileira de Psicanálise – Seção SC.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Nova correspondente da EBP-SC (e.f.)

É com muita satisfação que, em nome da Diretoria da EBP-SC e no meu próprio, comunico que nossa colega Patricia Boeing é a mais nova Correspondente da Seção Santa Catarina da EBP. Parabéns, Patricia pelo passo dado!

Oscar Reymundo - Diretor Geral da EBP-SC

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

NÚCLEO DE PESQUISA EM PSICOSE

O Núcleo de Pesquisa em Psicose reiniciou suas atividades no dia 18/08, discutindo a construção do caso clínico em psicanálise, tendo em vista a introdução, em nossas atividades, da discussão de casos clínicos trazidos pelos participantes. Esta nova atividade visa tornar mais “viva” nossa pesquisa, a partir do que a clínica nos suscita.
O tema que nos orientou no primeiro semestre foi a questão da condução do tratamento de psicóticos, no sentido de nos tornarmos os destinatários das suas invenções, para fazer frente ao real que os invade e de sustentá-los em suas construções. Prosseguiremos, no próximo semestre, buscando melhor circunscrever como opera aí o analista.



PROGRAMAÇÃO - 2. SEMESTRE 2008


01/09 – Apresentação e discussão do texto: “O Psicoanalista como Ayuda Contra”, por Cleudes Maria Slongo e Maria Teresa Wendhausen

15/09 – Apresentação e discussão do texto “A Psicose Fora do Desencadeamento”, por Mariana Niemeyer

29/09 – discussão de caso clínico

13/10 - Mesa redonda "Urgência Subjetiva" - Instituto de Psicologia e Acompanhamento Terapêutico (IPAT) *

27/10 – discussão de caso clínico

10/11 – Apresentação e discussão do texto “Vertentes de Estabilização em um Caso de Psicose”, por Maria Teresa Wendhausen e Rômulo Vargas

24/11- discussão de caso clínico

Dia: Segunda-feira, às 20:h
Local: sala de aula da Seção SC
Freqüencia: Quinzenal

Responsáveis: Cleudes Maria Slongo, Jerônimo Ayala, Maria Teresa
Wendhausen (coord), Mariana Niemeyer, Rômulo Vargas

Os interessados em participar do Núcleo deverão entrar em contato com a coordenação – fone: (48) 32243899


* O endereço será posteriormente divulgado