Retomamos neste segundo semestre nossas discussões em torno da leitura do Seminário 7, no qual Lacan vem falar-nos no que implica levar em consideração o desejo. E indaga sobre como seria uma sociedade em que o homem ousasse arriscar a morte para não morrer seu desejo. Neste Seminário, aborda os temas da ética e da sublimação, e discorre em torno de qual satisfação possível para o homem, já que a satisfação completa é impossível. O que encobriria todas as faltas, das Ding, a Coisa, esse objeto é, desde sempre, objeto perdido. Assim, o que cada homem pode fazer para isso que sempre falta?
A psicanálise fala das possibilidades para a satisfação (da pulsão):
_ nos tempos de Freud, de uma sociedade que ao mesmo tempo em que obstaculiza a sexualidade, engendra uma estranha forma de satisfação a partir dos sintomas, da culpa e das exigências do superego. Tempos de uma sociedade repressora que a própria psicanálise ajudou a derrubar, ao desfazer os ideais de harmonia, de ordenação, de maturidade da sexualidade, já que a condição do humano é de ser dividido pelos desejos inconscientes.
_ nos tempos atuais, de um apelo a um gozo desmedido, ilimitado, a uma curtição sem limites e sem lei. O preço pago por isso pode ser a falta de desejo, a intolerância ao outro, que pode chegar às raias da destruição.
_ outra saída para a satisfação, apresentada por Freud e discutida neste Seminário, é a sublimação. Uma saída que não é nem pela via da repressão, nem por uma satisfação direta da pulsão que poria em risco a sociedade. Ao contrário, é uma saída socialmente valorizada.
Criar é fazer algo, não que tampone a falta, mas justamente com ela. Como um poteiro, que ao fazer o pote, o faz em torno de um vazio.
Então, convidamos a quem queira juntar-se a nós nessas pesquisas para a reunião do dia 2, onde conversaremos em torno do Seminário 7, A ética da Psicanálise, mais propriamente o capítulo XXII, intitulado “A demanda de felicidade e a promessa analítica”. Até lá.
Coordenadora: Soraya Santos valerim
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